terça-feira, 30 de agosto de 2011

Life Soundtrack


daydreaming, vulgo sonhar acordado, é uma especialidade minha. não há dia em que não o faça. entendidos na matéria dizem que esta raça de pessoas é mais propensa a depressões e a não realizar objectivos de vida. os mais entendidos, nos quais eu meu incluo, acham que que esta elite de pessoas é simplesmente normal e propensa apenas a controlar um sonho.
o que mais me fascina nestes momentos de evasão é a banda sonora escolhida a preceito. não há demanda sem aquela batida épica, nem momento de paixão sem um som mais calmo, chegando mesmo ao absurdo de poder ser romântico. arrisco a dizer que todos os momentos mais importantes da vida seriam muito mais saborosos se tivessem banda sonora e quiçá os menos importantes fossem mais valorizados com o devido som.

continuarei a trilhar os meus caminhos, autista para o mundo como todos os que trilham de auscultadores nos ouvidos, excepto quando a banda sonora da natureza justificar uma audição mais atenta.

domingo, 14 de agosto de 2011

vícios - parte II


não há dúvida que caminhamos para o vício. era inevitável, não há educação sentimental suficiente que, perante a iminência de algo muito bom, nos faça ir com cautela. e cautela para quê? qual é a piada de seguir um caminho imaculado, sem mazelas, sem sentir as 220 pulsações da grande Bomba?

"é favor não provocar, senão não será só o vício a atormentar". o vício veio para ficar e está prestes a metamorfosear-se, se é que já não foi. todos os clichés de dois corpos que se desejam estão presentes. há uma distância saudável que prevejo tornar-se numa distância insaciável. tudo a seu tempo.

acompanhando a nova vaga, caminhamos para lado algum, sem (muita) pressa, cientes do caminho de cada um mas desejando constantes cruzamentos rumo a um paraíso. somos o que tiver que ser, quando e onde tiver que ser. na minha mais recente memória, somos o beijo de despedida (o encore) na escadaria de um velho prédio e os diferentes degraus que ocupávamos deixaram-nos à mesma altura.